A alma de Berê (conto)

As pessoas costumam me culpar por todos os desastres, todas as tragédias, toda a maldade do mundo. Besteira. Eu, o Maligno, apenas sussurro. Pois bem. É exatamente isso o que faço: sussurrar. Ando discreto, à procura de um ouvido hesitante. Quando o encontro, sou curto e objetivo. O pecador não quer ouvir grandes discursos, longos sermões. Algumas palavras são o suficiente para empurrá-lo na tentação.

Claro, há alguns que tentam resistir. Já tomei até cusparada na cara! Imaginem só: eu, o Danado, sendo insultado dessa maneira. Tudo porque sugeri a uma garota bonita, de traços delicados, tão bronzeada quanto uma carioca de novela, que traísse o seu namorado! Ah, por favor. Eu, a Serpente Primordial, sendo renegado por uma menina de 18 anos! Parece piada…

Mas casos de resistência são raros. E, quando eles aparecem, tenho meus truques. Encontro maneiras de contornar a situação; maneiras de levar o santo para o abismo sombrio. Não costumo falhar. Minha retórica é impecável. Induzo o pecador a caminhos supostamente virtuosos, mas tão obscuros quanto a minha origem. E depois apareço lá, no Tribunal Divino, para acusá-lo do desvio.

Berê foi um desses casos difíceis. Sim; a alma de Bernardo Reinaldo custou-me tempo e esforço. É uma história interessante. Berê era um rapaz bonito, de 22 anos. Contentava-se com os pequenos prazeres. Fumava pouco, bebia pouco, jogava pouco. Até namorava pouco! E com seu porte de atleta, pele queimada de Sol, nariz largo e queixo crispado, Berê fazia um sucesso assombroso com o sexo feminino. As mulheres suspiravam ao vê-lo passar, balançando sua longa cabeleira cacheada e com seu bíceps cultivado. Mas ele nunca partia para o abate. O motivo de sua apatia era – como é o nome mesmo? – o amor. Sim, estava apaixonado por sua namorada, Gabriela. E por causa desse detalhe besta, limitava-se aos prazeres da carne dela.

Que desperdício! Berê, com toda aquela sua plasticidade clássica, a força de um gladiador, só queria saber de Gabriela. Não que a menina fosse feia. Pelo contrário – Gabriela era muito bonita. Ainda assim, Berê tinha potencial para ser um Casanova dos tempos modernos, um Don Juan de iPod. Eu não podia deixar um exemplar desses cair, de graça, nas garras do Criador. Como vocês sabem, a balança do Juízo Final é minuciosa. Pequenos pecados não são o suficiente para me garantir uma alma. Precisava de algo maior, algo Capital, para conseguir trazer Berê ao meu Abismo Eterno. Decidi agir:

“Bernardo Reinaldo”, sussurrei, “você já viu como a tua cunhada é linda? Escolheu a irmã errada. Gabriela é bonita, sim. Mas Juliana é a verdadeira beldade da casa.”

“E eu com isso?”, indagou.

“Você deveria ficar com a Juliana.”

“Eu amo Gabriela”, retrucou, ofendido. “Nunca a trairia. Muito menos com a irmã.”

Insisto: “Você tem a beleza de um Marlon Brando e a força de um Leônidas. Não pode se contentar com migalhas. Você deveria ser mais promíscuo – levar para a cama o maior número possível de mulheres. Afinal, a vida é só uma.”

Ele foi direto: “A vida pode ser só uma. Mas a alma é imortal, não? E Deus vê tudo. Não quero ir para o inferno.”

Caio na risada: “Não seja inocente. Que certeza você tem de que Deus existe? E, ainda que existisse, acha mesmo que Ele se preocuparia com coisas tão pequenas? Como uma simples traição?”

“Sou fiel à minha namorada”, resmungou, “não adianta insistir. Agora vá embora.”

Pois bem, senhoras e senhores: vida de Diabo nem sempre é fácil. Mas eu não estava pronto para ceder. Aquela espécie rara seria um troféu para mim. Retirei-me à francesa, pronto para retornar em breve. Não desisto fácil. Sei que todo santo tem um pecador dentro dele, louco para escapar. Meu trabalho é ajudá-lo a sair.

Segundo round

Antes de retornar à história, devo contar como Bernardo Reinaldo e Gabriela se conheceram: numa festa junina de clube. Decadente, não? Os dois tinham 17 anos. Berê, na época, apesar de já ter 1,85 de altura, era um amante tão experiente quanto uma freira – sim, virgem. Já Gabriela, com seus olhos verdes e cabelo loiro, sempre fora das minhas. Brincara muito de médico na adolescência. Claro, escondeu tudo isso de Berê. Eu, o Esperto, aconselhara a Gabriela: “Fecha o bico, senão ele te larga.” Ela não era boba e me ouviu.

E agora, depois de cinco anos de namoro, Berê dizia com orgulho aos amigos: “Nunca traí!”. Sim, é verdade – estou aqui para testemunhar. Já Gabriela… Ufa! Nem mesmo eu, o Vermelhão, consegui acompanhar todas as suas escapadas. A menina era um prodígio.

Esperei chegar a noite de sábado. Então retomei minha conversa com Berê.

“Onde está Gabriela?”, comecei.

“Saiu com as amigas.”

“E você aqui, sábado à noite, sozinho em casa?”

“A semana foi cansativa”, desconversou, “quero dormir cedo.”

Não fiquei satisfeito com a resposta: “Você sabe onde ela está exatamente? O nome do bar? Ou da boate? Esses lugares são cheios de homens. Você não se preocupa?”

Berê deu um sinal de hesitação: “Devo me preocupar?”, perguntou.

“Claro! Não dá para confiar nas mulheres. Liga para ela.”

Deixei Berê à vontade para ligar para Gabriela – não gosto de invadir a privacidade alheia. Fui até a cozinha bisbilhotar a geladeira: suco, salada, legumes! Qual é o problema desse cara?

Voltei à sala quando o ouvi desligando o telefone.

“E aí?”, digo. “Descobriu alguma coisa?”

“Está num bar com as amigas. Vai voltar para casa daqui a pouco.”

Mentira deslavada! Gabriela era esperta; atendeu a ligação no banheiro da boate, para disfarçar o barulho. Dificilmente voltaria para casa antes do Sol nascer. Eu, o Sabido, sou duro de enganar. Mas Berê não. Infelizmente, eu não podia entregá-la. É contra as regras. Então apenas levantei a hipótese:

“E se ela mentiu?”, falei. “E se está com outro neste exato momento?”

“Eu acredito nela”, replicou. “A Gabriela nunca faria uma coisa dessas comigo.”

Explodi em raiva: “Acorda, homem! Como você pode ter certeza da lealdade dela?”

“Confio nela”, capitulou. “Agora toma o seu rumo, preciso descansar.”

A situação já estava ficando insuportável. Não tenho a paciência de Jó. Como dobrar alguém tão cego, tão fiel quanto Berê? Eu, o Rei das Palavras, estava ficando desgastado. Percebi que conversas rasas não levariam a nada. Então decidi tramar uma armadilha. Só assim para conseguir a alma de Bernardo Reinaldo.

Terceiro round

Acho que ainda não falei de Juliana. Ou será que falei? Bom, na dúvida, falo de novo. É a irmã mais nova de Gabriela. Tem 19 anos. Uma beldade! Olhos azuis e cabelo moreno, longo, escorrido. Minha combinação predileta. Sorriso impecável, tão branco que quase brilha. Cintura fina e busto largo. A isca perfeita.

Domingo à tarde, aconselhei Berê: “Que tal levar flores para Gabriela? De surpresa?” Gostou da idéia. Comprou um buquê de rosas vermelhas e foi, com seu Golf prata, até o apartamento da namorada.

Mas Berê não sabia o que eu, o Invisível, sabia: Gabriela não estava em casa. Saíra com mãe para almoçar. E o pai, divorciado, morava em outra cidade. Juliana estava lá sozinha. A garota acabara de sair do banho e secava o cabelo quando a campainha tocou. “Quem será?”, pensou. Vestiu o roupão rosa e foi até a porta ver. Era Berê. Deixou-o entrar.

“Vim fazer uma surpresa para a Gabi”, disse. Mostrou as rosas.

Sorry, a Gabi saiu”, respondeu. “Espera um minuto que já ligo para ela…”

Berê a interrompeu: “Não, não. Quero fazer uma surpresa. Eu espero ela voltar.”

“Ok. Fica à vontade. Preciso secar meu cabelo.” Retornou ao banheiro para terminar de se arrumar.

Berê foi para o quarto de Gabriela. Quando se deitou na cama da namorada, percebeu: ela esquecera o celular em casa. Lá estava o Motorola rosa, largado no criado-mudo. Eu, Aquele que Desvia, planejara meticulosamente isso. Distraí Gabriela, com pensamentos impuros, quando ela estava prestes a sair. Acabou deixando o celular para trás.

Entro em cena: “Parece que Gabriela esqueceu o celular.”

Berê: “Percebi.”

Eu: “Você não vai espiar? As mensagens, as ligações?”

“Para quê?”, me pergunta. “Confio nela.”

O homem era ingênuo mesmo. Continuo:

“Acho que você está com medo.”

“Medo do quê?”, rosna para mim.

E eu: “Medo de descobrir que ela te traiu. Medo de descobrir que, durante cinco anos, você namorou uma… Vagabunda.”

Berê salta da cama: “Seu miserável! Tá maluco de falar assim da minha namorada?”

Decido blefar: “Ok, ok. Você está certo. Ela é uma santa.”

Fico quieto, apenas observando a inquietação de Bernardo Reinaldo. Vejo a dúvida nos seus olhos, o seu respirar nervoso. Ele não quisera admitir, mas estava apavorado com a possibilidade de descobrir que era chifrudo. Berê estava na beira do precipício – e tomou a clássica decisão: deu um passo a frente. Sua queda seria dolorida.

O nocaute

Eu, o Maligno, sou generoso. Vim aqui, de bom coração, contar essa história para vocês, pela seguinte razão: não gosto de ver sofrimento desnecessário. Não seja fiel porque, quando você descobrir que seu parceiro não é, a angústia será grande. E ele não é. Garanto. Nunca minto. Então traia. Como dizem por aí, troca de bala não dói. Ou algo assim. Sei lá.

Onde estava mesmo? Ah, sim. Berê e o celular.

Quando Berê esticou o braço para pegar o celular, seu nervosismo era ululante. Vi uma gota de suor escorrendo por seu rosto. Ele pensou em desistir, mas lembrei-o: “Agora que já começou, termina.” Não foi preciso muita investigação. Já na primeira mensagem, encontrou a prova do crime.

“Me bateu saudade do seu beijo”, começava o recado, assinado por algum Léo. “Quando nos veremos de novo?”

A resposta de Gabriela causou, em Berê, a sensação de que engolira uma granada: “Assim que eu arrumar uma boa desculpa para o meu namorado.”

Num primeiro instante, Berê achou que fosse desmaiar. Suas pernas apenas não bambearam porque estava sentado na cama. Ele poderia ter parado por ali mesmo – afinal, já descobrira a prova da infidelidade de Gabriela. Mas eu, o Mau Espírito, não lhe permiti parar: “Até onde vai a safadeza dessa menina?”, sussurrei. “Será que há outros?” Sim, os havia. Berê continuou lendo as mensagens, febril de raiva. Chorava como uma viúva de funeral.

Vim com o conselho: “Está na hora da vingança.”

“Para me vingar disso, só matando Gabriela.”

Não gosto de violência. Então propus: “Há uma outra opção.”

Ele: “Qual?”

“Ficar com Juliana.”

Para o meu capricho, Juliana acabara de sair do banheiro – de roupão rosa e com o cabelo seco. Assobiei alto, para chamar sua atenção. Ela viu Berê chorando e entrou no quarto.

“Está tudo bem?”, perguntou.

Entre soluços, Berê conta: “Sua irmã me traiu.” Respira fundo e continua. “Várias vezes.”

Juliana não sorriu, é claro. Como poderia, num momento tenso daqueles? Mas eu, o Liso, pude ler em sua alma: estava explodindo de felicidade. Tal qual a irmã mais velha, Juliana era safada. E a inveja era um de seus pecados mais recorrentes – sempre tivera uma certa queda por Berê. Consolou-o com um abraço.

“Eu já sabia”, confessou ela, “mas não podia te contar. Afinal, a Gabi é minha irmã. Mas ela não serve para você.” Olha nos olhos dele: “Você, Berê, merece alguém que te dá valor.”

Era a deixa perfeita para beijá-la! Vocês, leitores, não vão acreditar no que aconteceu: Berê recuou! Depois de tudo que Gabriela fizera a ele, o homem ainda não estava convencido a se vingar. Teve um sopro de consciência repentino! Mas logo descobri o motivo de sua indecisão – um anjo chato tagarelava-lhe no ouvido esquerdo. “Seja forte, seja forte”, o ouvi dizendo.

Eu disse que vida de Diabo não é fácil! Precisei entrar em ação. Puxei o voador pelo cangote e dei-lhe uma cotovelada na costela. Ele tentou resistir – mandou uma joelhada no meu abdômen. Aquilo doeu. Mas fui firme, e mordi-lhe a orelha. No que o anjo caiu no chão, corri até Berê e gritei: “Vai logo, seu banana. Pega a garota.”

Triunfei, enfim!

Consumou-se o beijo e “etc”. E vos digo: que “etc”! Até o anjo derrotado parou para assistir. Dei-lhe uma bronca: “Seu Chefe não ficaria nada feliz com sua indiscrição.” Ele fez que não ouviu e continuou lá, observando o ato obsceno do casal. Finalmente, a alma de Bernardo Reinaldo seria minha. Admitam, infiéis leitores: fiz por merecer, não?

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18 Respostas to “A alma de Berê (conto)”

  1. lu Says:

    liso!!!

  2. Fabio Hernandez Says:

    O Maligno é liiiiisooooooo!

  3. cesar augusto ferreira Says:

    já que vc entrou no campo esotérico, vamos filosofar:

    apos o pecado o bere se arrependeu?´
    quando morreu? com trinta anos,quarenta,setenta ?
    ao comparecer ao tribunal, imagino-o com a visão do supremo com uma
    balança na mão, em um lado as boas ações e no outro as más. de que lado a balança pendeu?
    nesse ponto me acorreram outras perguntas:
    qual a aparência de DEUS?
    um velho severo de barbas brancas (vide pintores renacentistas)
    só conheço outra visão de DEUS, em um ótimo livro que li recentemente
    DEUS se apresentava com uma gorda cozinheira negra.
    que imaginação do autor, a primeira imagem do criador, não clássica.
    que idade bere apresentava?
    a primeira infância? a plenitude dos trinta anos? ou a decrepitude da
    velhice? qual é a aparência da alma? o debate está aberto, espero
    sua resposta e de seus comentaristas.

    • O Maligno Says:

      Cuidado, César: a curiosidade matou o gato. E sua balança está pendendo para o meu lado. Mas vamos lá.

      1) Berê ainda está vivo (na história tinha 22 anos);
      2) Não tenho certeza se ele se arrependeu. E, sinceramente, eu não ligo. Não vai fazer diferença. A alma já é minha;
      3) Não vou entrar em detalhes sobre a aparência Daquele lá de cima. Fiquei muito injuriado quando ele me derrubou das nuvens;
      4) Sabe fumaça de cigarro? A alma parece com aquilo.

  4. Paulo Says:

    que foto é aquela que ilustra o texto?

    • Pedro Nogueira Says:

      Do filme ‘Fantasma do Paraíso’. Mais um que vendeu, sem perceber, a alma para o Maligno.

  5. Nicky-san Says:

    Pecado?
    Aw, c’mon! A Gabi não tem essa moral toda pra fazer com que o Berê vá pro Inferno. Eu chamaria o que ele fez de “Justiça Divina”.
    Mãaas… Tant pis!

    Esse Maligno é realmente o Rei da Retórica!

    • O Maligno Says:

      Nicky.

      Minha especialidade é fazer o pecado parecer ato de virtude.
      Por isso, não tem discussão. O Berê virá para cá, sim.

      ps: Obrigado pelo elogio. Mas não tem jeito: você ainda está nos lançamentos futuros aqui da turma de baixo.

  6. Nicky-san Says:

    Ah, ele não vai não!

    I do agree, mas o que ele fez não foi bem ato de virtude.
    “Onde não tem pecado, não tem perdão.” Eles ficaram quites, 0x0, ninguém ganha nem perde nessa situação.

    Ele não “etc…” pra se vingar, então não conta como pecado. Há!

    ps.: Try me, sweetheart. Minha retórica não vai te decepcionar.

    • O Maligno Says:

      “Try me, sweetheart. Minha retórica não vai te decepcionar.”

      Ah, a vaidade. Meu pecado predileto.

      Vamos lá: não existe 0x0 no Inferno. Existe 1×1. E ‘legítima defesa’ é papo de advogado. Então os três — Gabriela, Juliana e Berê — serão meus. Sem discussão.

      • Nicky-san Says:

        (Praticamente o Al Pacino em Devil’s Advocate.)

        A legítima defesa existe sim, senhor maligno.
        Quer me convencer de que só os bananas vão pro céu?
        Tá bom, tá!

        Pelo placar, pode até ser que o Berê seja seu, mas duvido que a Juliana e a Gabriela também sejam.
        Elas jogam no mesmo time e seguem as mesmas regras…
        Fazer o moço de mané é diversão ou é inevitável pra elas?

        E não me venha com aquele papinho sobre consciência…
        Uma criança – fofinha e ranhentinha – que, na maior boa vontade, dá banho no gatinho e coloca o bixano no microondas pra ele secar e não ficar com gripe, está estreando na sua lista de pecados ou está redimida por causa da ingenuidade?

      • O Maligno Says:

        Nicky, não tente discutir comigo as regras do jogo. Lembre-se: tenho um batalhão de advogados aqui ao meu lado.

        ps: não deixo crianças entrarem aqui no Inferno. Dão muito trabalho. Pode colocar o gato no microondas (por maldade ou inocência), raspar bico de beija-flor no asfalto, tanto faz. Isso é problema do Homem lá de cima.

      • Nicky-san Says:

        Hahahahaha. Sou uma boa advogada, don’t worry.

        E não foi você quem inventou as regras, darling! Estou simplesmente interpretando a lei.

        As crianças não entram no Inferno porque são ingênuas…
        O Berê também.

        Ponto pra mim, ele não entra!

  7. Renan Miret Says:

    Krlhoooo mlk!! Perfeito!

    To pensando em virar agente literário e publicar seus contos!!! Ganharia mtaaa grana (olha o Maligno sussurando!)!!

    • O Maligno Says:

      Hum… Você gosta de dinheiro, Renan? E quanto à riqueza? Mulheres bonitas?

      Posso te oferecer tudo isso. Peço pouco em troca. Se estiver interessado, me procura. Estou em qualquer encruzilhada.

    • Nicky-san Says:

      hahaha. Renan, não assine nada antes de ler!!!

      Mas se precisar de uma advogada…

  8. Camila Says:

    Maligno,
    Você é MUITO liso.
    Sou sua fã.

  9. Jeramy Says:

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